Revolução de 1930

Revolução_de_1930_-_2O que foi

Foi um movimento de revolta armado, ocorrido no Brasil em 1930, que tirou do poder, através de um Golpe de Estado, o presidente Washington Luiz. Com o apoio de chefes militares, Getúlio Vargas chegou à presidência da República.

 

Contexto Histórico

Antes da Revolução de 1930, o Brasil era governado pelas oligarquias de Minas Gerais e São Paulo. Através de eleições fraudulentas, estas oligarquias se mantinham no poder e conseguiam alternar, na presidência da República, políticos que representavam seus interesses. Esta política, conhecida como “café-com-leite”, gerava descontentamento em setores militares (tenentes) que buscavam a moralização política do país.

 

Nas eleições de 1930, as oligarquias de Minas Gerais e São Paulo entraram em um sério conflito político. Era a vez de Minas Gerais indicar o candidato a presidência, porém os paulistas apresentaram a candidatura de Júlio Prestes (fluminense que fez carreira política em São Paulo). Descontentes, muitos políticos mineiros apoiaram o candidato de oposição da Aliança Liberal, o gaúcho Getúlio Vargas (governador do RS).

 

Causas da Revolução

– Nas eleições de 1930, venceu o candidato Júlio Prestes, apoiado pela elite de São Paulo. Com vários indícios de fraude eleitoral, Getúlio Vargas e os políticos do Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Paraíba ficaram muito insatisfeitos.

– Em julho do mesmo ano, o candidato a vice-presidente de Getúlio Vargas, o paraibano João Pessoa, foi assassinado. O fato gerou revolta popular em várias regiões do Brasil. Estes conflitos eram, principalmente, entre partidários da Aliança Liberal e defensores do governo federal.

– A Crise de 1929, também conhecida como “A Quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque” espalhou uma forte crise econômica pelos quatro cantos do mundo. Esta crise atingiu fortemente a economia brasileira, gerando desemprego e dificuldades financeiras para o povo brasileiro. Este fato contribuiu para o clima de insatisfação popular com o governo de Washington Luiz.

– O clima de conflitos e forte insatisfação popular em várias regiões do Brasil gerou preocupação em setores militares de alto comando, que enxergavam a possibilidade de uma guerra civil no Brasil.

 

O Golpe de 1930

A situação do presidente Washington Luiz era crítica, porém o mesmo não pretendia renunciar ao poder. Então, chefes militares do Exército e Marinha depuseram o presidente, instalaram uma junta militar que, em seguida, transferiu o poder para Getúlio Vargas.

 

Conclusão

Com o Golpe de 1930 terminou o domínio das oligarquias no poder. Getúlio Vargas governou o Brasil de forma provisória entre 1930 e 1934 (governo provisório). Em 1934, foi eleito pela Assembleia Constituinte como presidente constitucional do Brasil, com mandato até 1937. Porém, através de um golpe com apoio de setores militares, permaneceu no poder até 1945, período conhecido como Estado Novo.

Revolta dos 18 do Forte de Copacabana

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O que foi

A Revolta dos 18 do Forte de Copacabana foi uma revolta tenentista ocorrida na cidade do Rio de Janeiro (capital do Brasil na época) em 5 de julho de 1922. Foi a primeira revolta tenentista da República Velha. Teve a participação de 17 militares e um civil.

 

Causas

– Descontentamento dos tenentes com o monopólio político do poder no Brasil por parte das oligarquias (principalmente ricos fazendeiros) de Minas Gerais e São Paulo.

– Derrota do candidato fluminense Nilo Peçanha (apoiado pela maioria dos militares do Rio de Janeiro) para Arthur Bernardes (apoiado pela oligarquia de São Paulo).

– Prisão do Marechal Hermes da Fonseca, ex-presidente do Brasil e presidente do Clube Militar. A prisão de Hermes da Fonseca foi solicitada pelo presidente da República Epitácio Pessoa (também representante das oligarquias), pois o Marechal havia criticado o processo eleitoral que deu a vitória a Arthur Bernardes.

– Descontentamento dos tenentistas com as fraudes eleitorais que ocorriam no Brasil na época da República Velha.

– Fechamento do Clube Militar.

 

Objetivos

– Queriam o fim da República Velha e do domínio das oligarquias no poder.

– Os militares, principalmente de baixa patente, defendiam um sistema político democrático para o Brasil.

– Sistema eleitoral justo, ou seja, sem fraudes (compra de votos, falsificações e uso da violência nas eleições).

 

Como foi o movimento (acontecimentos)

Embora o movimento tivesse sido planejado em várias unidades militares, somente o Forte de Copacabana e a Escola Militar se levantaram no dia 5 de julho de 1922. O forte foi bombardeado e a rendição dos rebeldes foi exigida.  O tenente Siqueira Campos e um grupo de militares rebeldes pegaram armas e marcharam pelas ruas em direção ao Palácio do Catete (sede do governo federal na época). Durante a marcha alguns militares desistiram, ficando apenas 17 que receberam o apoio na rua de um civil, totalizando 18. Os rebeldes foram cercados pela tropa do Governo Federal. Após forte tiroteio em frente ao posto 3 da praia de Copacabana, somente Siqueira Campos e Eduardo Gomes sobreviveram e foram presos. Os outros dezesseis integrantes do movimento foram mortos no combate.

 

O legado

Embora não tenham conseguido atingir seus objetivos, os rebeldes da Revolta dos 18 do Forte de Copacabana conseguiu estabelecer um importante marco na luta contra o domínio das oligarquias no poder. Esta revolta inspirou outros movimentos tenentistas no país como, por exemplo, a Coluna Prestes e a Revolta Paulista de 1924.

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Greves Operárias: 1917-1919

greve_1917Foi como ficou conhecido no Brasil o movimento de operários no início do século XX na luta por melhores condições de trabalho, melhores salários, garantias trabalhistas.

Com o crescimento industrial e urbano, surgiram bairros operários em várias cidades brasileiras.

Formados em sua maioria por imigrantes estrangeiros, a vida nesses bairros era bastante precária, refletindo os baixos salários dos operários, a jornada de trabalho cansativa, a absoluta falta de garantias de leis trabalhistas, como descanso semanal, férias e aposentadoria.

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Sedição de Juazeiro: 1914

REGIONAL

Sedição de Juazeiro

O que foi

Também conhecida como Sedição de Juazeiro, foi uma revolta de caráter popular, embora liderada pelos coronéis da região, que ocorreu no sertão do Nordeste em 1914. A revolta foi liderada pelo padre Cícero Romão Batista e pelo médico e político Floro Bartolomeu da Costa. Teve como epicentro a cidade de Juazeiro do Norte, localizada no sertão do Cariri (interior do estado do Ceará).

 

Causas principais

Os coronéis do sertão do Ceará estavam descontentes com a interferência do governo federal na política do estado. Através da política salvacionista, o presidente Hermes da Fonseca interviu no governo cearense para diminuir o poder das oligarquias locais (coronéis). A intervenção tirou do poder a família Acyoli (tradicional e poderosa família da época).

O fanatismo religioso, o descontentamento e a situação de miséria da população pobre favoreceram a participação dos sertanejos no conflito. Sob a orientação e liderança do padre Cícero, acreditavam estar participando de uma espécie de “guerra santa” contra as forças do mal, representadas pelo governo federal.

 

Objetivo da revolta

Os coronéis pretendiam derrubar o governador do estado do Ceará e assumir o controle do governo estadual, livrando-o do poder de interferência do governo central.

 

O que aconteceu durante a revolta

Os coronéis aliados da família Acyoli foram buscar o apoio do padre Cícero que era muito querido e venerado entre as camadas populares. Logo, o padre foi convencido a incentivar as pessoas a darem apoio e participarem da revolta. Liderados pelo padre Cícero, os sertanejos lutaram contra as forças do governo central.

 

Reação do governo e consequências

– A revolta foi violenta, resultando em muitas mortes. O governo federal resolveu ceder, anulou a intervenção no governo cearense e devolveu o poder à família Acyoli.

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Revolução Libertadora: 1923

44447_153696687976760_100000092905729_491636_7439410_nUm dos levantes mais importantes da história do Rio Grande do Sul foi a Revolução de 1923, conhecido como um movimento armado.

No ano de 1893, assumiu o cargo de governador do Rio Grande, Júlio de Castilhos, que conta com a Revolução Federalista que desenvolveu-se durante o seu mandato.

Em 1898, é eleito então Borges de Medeiros, que ocupou o poder por quase 20 anos, sendo que foi reeleito em 1903 e ficou até 1908, quando decidiu não mais se candidatar. Escolheu então uma pessoa de sua confiança, Carlos Barbosa, que contava com a influência por trás de Borges que praticamente continuava a governar. Este foi reeleito em 1913 e ocupou o cargo até 1923, sendo reeleito mais uma vez.

Finalmente, em 1920, Borges de Medeiros anuncia a sua candidatura apoiado pelo Partido Republicano Riograndense (PRR). Do outro lado, uma aliança formada pelos opositores do governo, a Aliança Libertadora, lança Assis Brasil para concorrer com Borges.

As campanhas eleitorais foram bem quentes, com violência entre os simpatizantes do PRP contra a Aliança. O jornal “A Federação”, do PRP, anuncia a vitória de Borges, sendo que a reeleição era válida se o candidato recebe votos que superassem 75%. A revolta foi geral, acreditavam em fraudes nas votações e então, deu-se início a Revolução.

A Aliança, acreditava que se lutassem armados, eles chamariam a atenção do presidente Arthur Bernardes que teria que intervir na ocupação do cargo de Borges.

Foram criados os “Corpos Provisórios”, que tinham como objetivo combater os revoltosos e contavam com o apoio da Brigada Militar. Já os revoltosos não contavam com a organização e estratégia dos corpos provisórios e saqueavam vilas e cidades distantes de Porto Alegre.

Em outubro, revoltosos tentaram tomar posse de Pelotas, importante cidade, até conseguiram, mas logo foram expulsos diante de ameaças de que as forças governistas atacariam.

Cansados e diante da evidência de que não existiria apoio do presidente, os revoltosos levantaram a bandeira branca no dia 6 de novembro. Foi assinado no outro dia, um armistício que não foi muito respeitado. Um mês depois, o Pacto de Pedras Altas foi criado para acalmar a Revolução. Assim, Borges permaneceu ocupando seu cargo até 1928, e não pode ser reeleito diante da reforma da Constituição de 1891. Seu sucessor foi nada menos que Getúlio Vargas.

Fontes:
http://www.cpovo.net/jornal/especiais/cpespecial/html/ECONOMIA.HTM
http://www.wsws.org/pt/2008/dec2008/ale3-d10.shtml
http://www.guiadigital.info/panambi/cidade/index2.php?arquivo=215
http://www.webcanal.com.br/pessoais/avargas/cap12.htm

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Guerra de Contestado

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Ao longo de sua História a região do Contestado foi alvo de sucessivos episódios de disputa política e econômica. Localizada entre os estados do Paraná e Santa Catarina, a região foi marcada por essas disputas em razão da presença de uma rica floresta e uma grande região dedicada à plantação de erva-mate. Uma das mais imediatas manifestações desse problema se dava na pressão exercida pelos grandes proprietários de terra que forçavam agregados e posseiros a se estabelecerem em outras terras.

Além disso, a construção de uma estrada de ferro interligando os estados de São Paulo e Rio Grande do Sul agravou o problema social ali instalado. Sob a liderança do empresário estadunidense Percival Farquhar, a Brazil Railway Company comprou uma extensa área para construção desta estrada, onde diversas famílias já estavam instaladas. Após viabilizar o processo de desocupação das terras, a companhia atraiu a mão-de-obra de mais de 8 mil operários que participaram da gigantesca obra.

Depois de realizar a construção, a Brazil Railway adquiriu uma outra área com mais de 180 mil hectares onde realizaria exploração madeireira. Utilizando um moderno maquinário para a execução desse novo empreendimento, a empresa estrangeira precisou de um contingente mínimo de mão-de-obra, o que acabou forçando a expulsão de outra leva de pequenos agricultores que também estavam fixados naquela região.

Com a formação dessa massa de operários desempregados e camponeses desapropriados, a região do Contestado começou a presenciar um movimento messiânico. Diversos profetas, beatos e “monges” apareceram pregando ideais de justiça, paz e comunhão que seriam estabelecidos em um movimento de inspiração religiosa. O primeiro desses líderes foi o beato José Maria, que atacava o autoritarismo da ordem republicana e pregava novos tempos de prosperidade e comunhão espiritual.

Inspirado pela lenda messiânica do antigo rei português Dom Sebastião, José Maria agrupou diversos seguidores para a fundação da comunidade de Quadrado Santo, que viveu da agricultura subsistente e do furto de gado. Preocupados com a formação de comunidades desse mesmo tipo, os governos estadual e federal passaram a enviar expedições militares contra a população de Quadrado Santo. Ao saberem da ação do governo, os sertanejos fugiram para a cidade de Faxinal do Irani, no Paraná.

Após essa fuga, ainda no ano de 1912, um novo destacamento militar foi mandado para entrar em confronto com os seguidores de José Maria. Durante os conflitos, as tropas federais foram derrotadas, entretanto o líder espiritual acabou morrendo. Após esse primeiro confronto, os rebeldes começaram a reorganizar a comunidade de Quadrado Santo. No final do ano seguinte, uma nova luta foi travada com os militares e, mais uma vez, a comunidade do Contestado subjugou as autoridades republicanas.

Em 1914, o governo mais uma vez foi neutralizado com a fuga em massa dos moradores do contestado. No ano seguinte, outros confrontos seriam marcados com sucessivas derrotas do Exército. O já prolongado conflito só veio a ter um fim quando as tropas do governo foram mantidas por mais de um ano em confrontos regulares contra a comunidade revoltosa. Para tanto, utilizaram de aviões e uma pesada artilharia. No fim da luta, em 1916, milhares de sertanejos foram brutalmente executados.

Por Rainer Sousa
Graduado em História
Equipe Brasil Escola

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A Revolta da Chibata

revolta-da-chibata-encourac3a7ado-mgA Revolta da Chibata ocorreu em 22 de novembro de 1910, no Rio de Janeiro, com a revolta dos marinheiros. Naquele período era comum açoitar com chibatadas os marinheiros, tudo com intuito de discipliná-los.

Através dessa prática violenta os marinheiros se revoltaram principalmente depois que o marinheiro Marcelino Rodrigues levou 250 chibatadas diante de todos os presentes no navio, desmaiou e continuou sendo açoitado.

Sempre em uma revolta ou manifestação uma pessoa toma a frente para encorajar os outros, nesse caso o Almirante Negro, o Marujo João Cândido, foi o primeiro a esboçar uma ação contrária aos castigos das chibatas.

Na baía de Guanabara encontravam-se vários navios que foram tomados pelos rebeldes, além disso, começaram a controlá-los retirando todos oficiais, aqueles que causassem resistência à ocupação eram assassinados, e se caso o governo não atendesse suas exigências ameaçavam lançar bombas na cidade.

Após o conflito, passaram-se quatro dias e, então, o Presidente Hermes da Fonseca decretou o fim da prática violenta de castigos e perdoou os marinheiros.

Entretanto, quando foram entregar as armas notaram que tinham sido enganados pelo presidente que, automaticamente, retirou da corporação da Marinha todos aqueles que compunham a revolta, além de João Cândido o líder, com isso foram depositados no fundo de navios e prisões subterrâneas na Ilhas das Cobras.

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Revolta da Vacina

REVOLTA-DA-VACINAO que foi

A Revolta da Vacina foi uma revolta popular ocorrida na cidade do Rio de Janeiro entre os dias 10 e 16 de novembro de 1904. Ocorreram vários conflitos urbanos violentos entre populares e forças do governo (policiais e militares).

 

Causas principais

– A principal causa foi a campanha de vacinação obrigatória contra a varíola, realizada pelo governo brasileiro e comandada pelo médico sanitarista Dr. Oswaldo Cruz. A grande maioria da população, formada por pessoas pobres e desinformadas, não conheciam o funcionamento de uma vacina e seus efeitos positivos. Logo, não queriam tomar a vacina.

– O clima de descontentamento popular com outras medidas tomadas pelo governo federal, que afetaram principalmente as pessoas mais pobres. Entre estas medidas, podemos destacar a reforma urbana da cidade do Rio de Janeiro (então capital do Brasil), que desalojou milhares de pessoas para que cortiços e habitações populares fossem colocados abaixo para a construção de avenidas, jardins e edifícios mais modernos.

 

O que aconteceu durante a revolta 

–  Muitas pessoas se negavam a receber a visita dos agentes públicos que deviam aplicar a vacina, reagindo, muitas vezes, com violência.

– Prédios públicos e lojas foram atacados e depredados;

– Trilhos foram retirados e bondes (principal sistema de transporte da época) foram virados.

 

Reação do governo e consequências

– O governo federal suspendeu temporariamente a vacinação obrigatória.

– O governo federal decretou estado de sítio na cidade (suspensão temporária de direitos e garantias constitucionais).

– Com força policial, a revolta foi controlada com várias pessoas presas e deportadas para o estado do Acre. Houve também cerca de 30 mortes e 100 feridos durante os conflitos entre populares e forças do governo.

– Controlada a situação, a campanha de vacinação obrigatória teve prosseguimento. Em pouco tempo, a epidemia de varíola foi erradicada da cidade do Rio de Janeiro.

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Guerra de Canudos

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Antônio Conselheiro e a República

História da Guerra de Canudos

A situação do Nordeste brasileiro, no final do século XIX, era muito precária. Fome, seca, miséria, violência e abandono político afetavam os nordestinos, principalmente a população mais carente. Toda essa situação, em conjunto com o fanatismo religioso, desencadeou um grave problema social. Em novembro de 1896, no sertão da Bahia, foi iniciado este conflito civil. Esta durou por quase um ano, até 05 de outubro de 1897, e, devido à força adquirida, o governo da Bahia pediu o apoio da República para conter este movimento formado por fanáticos, jagunços e sertanejos sem emprego.

O beato Conselheiro, homem que passou a ser conhecido logo depois da Proclamação da República, era quem liderava este movimento. Ele acreditava que havia sido enviado por Deus para acabar com as diferenças sociais e também com os pecados republicanos, entre estes, estavam o casamento civil e a cobrança de impostos. Com estas idéias em mente, ele conseguiu reunir um grande número de adeptos que acreditavam que seu líder realmente poderia libertá-los da situação de extrema pobreza na qual se encontravam.

Com o passar do tempo, as idéias iniciais difundiram-se de tal forma que jagunços passaram a utilizar-se das mesmas para justificar seus roubos e suas atitudes que em nada condiziam com nenhum tipo de ensinamento religioso; este fato tirou por completo a tranqüilidade na qual os sertanejos daquela região estavam acostumados a viver.

Devido a enorme proporção que este movimento adquiriu, o governo da Bahia não conseguiu por si só segurar a grande revolta que acontecia em seu Estado, por esta razão, pediu a interferência da República. Esta, por sua vez, também encontrou muitas dificuldades para conter os fanáticos. Somente no quarto combate, onde as forças da República já estavam mais bem equipadas e organizadas, os incansáveis guerreiros foram vencidos pelo cerco que os impediam de sair do local no qual se encontravam para buscar qualquer tipo de alimento e muitos morreram de fome. O massacre foi tamanho que não escaparam idosos, mulheres e crianças.

 

Pode-se dizer que este acontecimento histórico representou a luta pela libertação dos pobres que viviam na zona rural, e, também, que a resistência mostrada durante todas as batalhas ressaltou o potencial do sertanejo na luta por seus ideais. Euclides da Cunha, em seu livro Os Sertões, eternizou este movimento que evidenciou a importância da luta social na história de nosso país.

 

Conclusão : Esta revolta, ocorrida nos primeiros tempos da República, mostra o descaso dos governantes com relação aos grandes problemas sociais do Brasil. Assim como as greves, as revoltas que reivindicavam melhores condições de vida ( mais empregos, justiça social, liberdade, educação etc), foram tratadas como “casos de polícia” pelo governo republicano. A violência oficial foi usada, muitas vezes em exagero, na tentativa de calar aqueles que lutavam por direitos sociais e melhores condições de vida.

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Revolução Federalista: 1893-1895

 

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Revolução Federalista

O que foi

 

A Revolução Federalista foi um conflito de caráter político, ocorrido no Rio Grande do Sul entre os anos de 1893 e 1895, que desencadeou uma revolta armada. A revolta atingiu também o Paraná e Santa Catarina.

 

Causas da Revolução Federalista

– Insatisfação dos federalistas com o domínio político de Júlio de Castilhos (presidente do RS) do Partido Republicano Riograndense.

– Disputa política entre dois grupos políticos gaúchos: Os chimangos (pica-paus) eram defensores do governo de Júlio de Castilhos, da centralização política, do presidencialismo, do positivismo  e do governo federal. Já os maragatos (federalistas) queriam tirar Júlio de Castilhos do poder do RS, implantar um sistema descentralizado, baseado no parlamentarismo. Os federalistas eram também contrários à política implantada pelo governo federal após a Proclamação da República e exigiam uma revisão da constituição.

 

Início, desenvolvimento e fim da revolta

Em fevereiro de 1893, os federalistas pegaram em armas para derrubar o governo de Júlio de Castilhos. Floriano Peixoto, presidente do Brasil, se colocou ao lado do governo gaúcho. O conflito acabou tomando âmbito nacional, pois os opositores de Floriano passaram a defender o movimento federalista no RS.

Os federalistas tiveram algumas vitórias no começo do movimento. Sob a liderança de Gumercindo Saraiva, os federalistas avançaram sobre Santa Catarina.

Em janeiro de 1894, os federalistas se uniram aos participantes da Revolta da Armada. Entraram no estado do Paraná e tomaram a cidade de Curitiba.

No final de 1894, o movimento federalista perdeu força. Na batalha da Lapa, no Paraná, as forças federais de Floriano Peixoto venceram os revoltosos. Com a chegada de tropas paulistas, os federalistas tiveram que recuar.

A paz foi assinada em 23 de agosto de 1895, na cidade de Pelotas, e selou a derrota dos federalistas.

 

Conclusão

A Revolução Federalista, embora não tenha conquistado seus objetivos, nos mostra que a Proclamação da República e seu sistema político não foram aceitos de forma unânime no Brasil. Alguns grupos políticos contestaram, inclusive de forma armada, o regime republicano, o positivismo, a centralização de poder e a presença das oligarquias nos governos estaduais. Portanto, a Revolução Federalista pode ser compreendida dentro deste contexto histórico de insatisfação com o regime republicano, recém-instalado no país após o 15 de novembro de 1889.

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